Por: João Carlos Lemos Junior
Resultados expressivos costumam ser casos de espanto e dúvida. Realmente
pensar em ler quatrocentos livros em uma década, parece impossível, não é mesmo? A
dúvida e o espanto se complementam, mas logo se esgotam quando damos a devida
atenção ao poder do hábito, associado a uma boa dose de disciplina e, sempre que eu falar
de leitura estarei remetendo ao hábito e disciplina de forma indireta. Nesse texto, buscarei
elencar de forma sucinta a minha relação com a leitura na última década, abordando como
foi possível ler um número tão expressivo de livros.
Pode parecer que a leitura foi sempre algo intrínseco a minha personalidade, mas
essa ideia é bastante equivocada. Entre os anos de 2012 e 2014, quando concluí meu
Ensino Médio, sempre lia livros por obrigação e em boa parte dos casos, não os finalizava.
Minha primeira experiência literária de fato prazerosa, foi quando me deparei com um livro
de Paulo Freire intitulado de “Pedagogia da autonomia”. Cada página do livro me fazia
mergulhar em um universo complexo e prazeroso, uma vez que tudo fazia muito sentido
para um jovem que sempre sonhava em lecionar. Paulo Freire foi o primeiro escritor que me
fez entender o impacto que um livro pode causar, uma revolução de pensamento misturada
com reflexões, que me deixavam cada vez mais curioso e inquieto.
Ainda na graduação, desesperado por encontrar novos livros que me causasse
impactos como o livro de Paulo Freire, tive a feliz oportunidade de ter uma professora que
sempre teve muita paciência e bondade com as minhas incansáveis dúvidas, para entender
o infinito na Matemática. Além de sanar cada dúvida que eu tinha, a professora Karolina me
indicava livros excelentes, não só os indicava como também me emprestava e, em questão
de dias, eu os devorava. O grande problema é que ao mesmo tempo que esses livros
sanavam parte das minhas dúvidas, eles me deixavam mais curioso ainda. Não posso
deixar de registrar aqui minha gratidão, pois foi sem dúvidas uma pessoa que revolucionou
o meu interesse pela leitura, com gestos simples mas de grande impacto.
Depois de um tempo mergulhando nas leituras da área da Educação e da área da
Matemática, fui conhecendo e me interessando por outros gêneros literários. Percebi que
quando de fato desenvolvemos o gosto pela leitura e reconhecemos sua importância,
ninguém nos segura e, assim, vamos nos transformando.
As pessoas costumam sempre se espantar quando descobrem que chego a ler até
10 livros por mês, e confesso que isso já não me incomoda mais. Praticamente tudo em
nossa vida que está relacionado a resultados expressivos, associado com hábito e
disciplina, espantam e/ou incomodam uma boa parcela de pessoas. Nos últimos anos a
leitura tem se tornado essencial em minha caminhada, são horas diárias de dedicação para
essa atividade e, só eu sei do seu impacto em toda minha jornada. Sou intensamente
apaixonado por cada universo que consigo construir quando leio um livro. Por cada nova
palavra que aprendo, me sinto livre com o poder da imaginação e da criatividade.
Atualmente costumo ler entre 60 e 100 livros por ano, de acordo com minha
disponibilidade e acesso a outras obras. Ao longo dos textos que trarei nessa coluna,
buscarei elencar desde dicas de leitura, até as principais técnicas que podem nos ajudar
para que possamos efetivar uma leitura com sucesso.
Em um próximo texto, trarei o assunto relacionado aos impactos do hábito e
disciplina para efetivar uma leitura de qualidade, mostrando como pode ser simples
alcançar resultados expressivos e satisfatórios.
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