O Ministério da Saúde distribuirá 500 mil
testes para realizar o diagnóstico de PCR (biologia molecular) para o vírus Zika
O Ministério da Saúde distribuirá 500 mil testes para realizar o
diagnóstico de PCR (biologia molecular) para o vírus Zika. Com isso, os
laboratórios públicos ampliarão em 20 vezes a capacidade dos exames, passando
de mil para 20 mil diagnósticos mensais. A previsão é que os outros 250 mil
testes estejam disponíveis a partir do segundo semestre. No total, o Ministério
da Saúde investiu R$ 6 milhões para a aquisição dos produtos.
As
primeiras 250 mil unidades serão entregues, em fevereiro, inicialmente para 27
laboratórios, sendo quatro de referência e 23 Laboratórios Centrais de Saúde
Pública (Lacen).
“A ampliação
da capacidade de testagem do Zika permitirá maior representatividade e
segurança para que sejam estudadas as tendências do vírus. Quanto mais amostras
forem analisadas semanalmente, mais informações teremos para avaliar o modelo
de vigilância do Zika e assim realizar adaptações, caso necessário”, ressaltou
Cláudio Maierovitch, diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis
do Ministério da Saúde.
Além deste quantitativo,
também serão adquiridos outros 500 mil testes nacionais de biologia molecular,
produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para diagnóstico de dengue,
Zika e chikungunya.
Procedimento
Chamado
de Kit NAT Discriminatório para dengue, Zika e chikungunya, o procedimento
permite realizar a identificação simultânea do material genético para os três
vírus, evitando a necessidade de três testes separados. A novidade garantirá
maior agilidade para o diagnóstico realizado na rede de laboratórios do
Ministério da Saúde, além de reduzir os custos e permitir a substituição de
insumos estrangeiros por um produto nacional.
A
recomendação do Ministério de Saúde, conforme Protocolo de Vigilância e Resposta
à Ocorrência de Microcefalia, é que sejam priorizadas, para a realização do
teste, mulheres grávidas com sintomas do vírus Zika, gestantes com bebê
microcefálico, além de recém-nascidos com suspeita de microcefalia.
Boletim
O
novo informe epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (20) pelo Ministério
da Saúde indica 3.893 casos suspeitos de microcefalia. As notificações foram
registradas até 16 de janeiro e ocorreram em 764 municípios de 21 unidades da
federação. O boletim aponta o detalhamento dos casos confirmados e descartados.
Do total notificado, 224 tiveram confirmação de microcefalia, 6 confirmaram a
relação com o vírus Zika e outros 282 foram descartados. Continuam em
investigação 3.381 casos suspeitos de microcefalia.
No total, foram notificados 49 óbitos por malformação
congênita. Destes cinco foram confirmados para a relação com o vírus Zika,
todos na região Nordeste, sendo um no Ceará e quatro no Rio Grande do Norte.
Além destes casos, a divulgação traz também o resultado da investigação
laboratorial de um bebê com microcefalia em Minas Gerais, que teve a relação
com o Zika diagnosticada.
Esta
é a sexta confirmação da relação da doença com o vírus. Esses resultados
somam-se às demais evidências científicas obtidas em 2015 e reforçam a hipótese
de relação entre a infecção pelo vírus Zika e a ocorrência de microcefalia e
outras malformações congênitas.
De
acordo o informe, o estado de Pernambuco continua com o maior número de casos
suspeitos (1.306), o que representa 33% do total registrado em todo o país. Em
seguida, estão os estados da Paraíba (665), Bahia (496), Ceará (216), Rio
Grande do Norte (188), Sergipe (164), Alagoas (158), Mato Grosso (134) e Rio de
Janeiro (122).
Atualmente,
a circulação do Zika é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de
biologia molecular. A partir da confirmação em uma determinada localidade, os
outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas.
Até o momento, estão com circulação autóctone do vírus Zika 20 unidades da
federação. São elas: Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas,
Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do
Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São
Paulo e Paraná.
Melhorias Para
facilitar ainda mais o entendimento dos profissionais de saúde nos estados e
municípios para as notificações dos casos suspeitos de microcefalia, o
Ministério da Saúde está ajustando as nomenclaturas do ‘Protocolo de Vigilância
e Resposta à Ocorrência de Microcefalia relacionada à Infecção pelo vírus Zika’
para ‘Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia’.
O
objetivo é dar subsídio aos gestores estaduais e municipais de saúde para
melhorar o conhecimento da situação epidemiológica de ocorrência de
microcefalia, independente da causa em suas regiões.
“Estamos atualizando o
protocolo para simplificar a definição de casos e facilitar a interpretação dos
municípios. Assim, vamos evitar que casos que não se encaixam na nossa busca
prejudiquem a avaliação dos dados”, explicou o Maierovitch.
A medida reforça a
necessidade de serem notificados todos os casos de microcefalia, principalmente
aqueles relacionados a algum agente infeccioso causador de malformação congênita.
Entre os causadores estão: Sífilis, Toxoplasmose, Outros Agentes Infecciosos,
Rubéola, Citomegalovírus, Herpes Viral e o vírus Zika.
Orientação
O
Ministério da Saúde orienta as gestantes adotarem medidas que possam reduzir a
presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros,
e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas
ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes
permitidos para gestantes.
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